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Porto Velho,26/08/2025

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Quem é Karina Milei, irmã de presidente argentino envolvida em escândalo de corrupção

g1.globo.com
Quem é Karina Milei, irmã de presidente argentino envolvida em escândalo de corrupção

Escândalos expõem pesadelo de Milei antes de importantes eleições na Argentina
Karina Milei é secretária-geral da Presidência da Argentina e irmã mais nova do presidente Javier Milei. Considerada o braço direito do chefe do Executivo, ela agora é alvo de acusações de corrupção que envolvem suposto esquema de cobrança de propina na compra de medicamentos para a rede pública.
A denúncia surgiu após a divulgação de áudios de Diego Spagnuolo, ex-chefe da Agência Nacional para a Deficiência (Andis) e ex-aliado de Milei. Ele alega ter provas da participação de Karina e de Eduardo “Lule” Menem, outro aliado próximo do presidente. Segundo ele, até 8% do faturamento de indústrias farmacêuticas eram desviados para garantir contratos com o governo.
As gravações do ex-braço direito de Javier Milei já estão sob investigação da Justiça, e indicam que Karina receberia a maior parte do dinheiro arrecadado.
Embora os áudios ainda não tenham sido autenticados oficialmente, o caso levou à abertura de uma apuração federal, buscas em empresas ligadas ao esquema e apreensão de dólares em espécie.
Apesar das acusações, Javier Milei demonstrou apoio público à irmã, aparecendo sorridente ao lado dela em eventos recentes. O governo afirma que se trata de perseguição política, mas a pressão deve crescer, já que parlamentares cogitam abrir uma CPI e a Justiça avança nas investigações sobre o suposto esquema de propinas.
Quem é Karina Milei?
Discreta e avessa a entrevistas, Karina sempre esteve nos bastidores do projeto político do irmão. Ela foi chamada por Javier de “O Chefe” e apontada como a “grande arquiteta” de sua campanha presidencial. É ela quem organiza a agenda do presidente e define quem tem acesso direto a ele, função que lhe dá enorme influência política.
Antes da entrada na política, Karina se dedicava a negócios próprios, como uma confeitaria e uma oficina de pneus, além de ter estudado Relações Públicas. Sua vida mudou radicalmente quando decidiu apoiar Javier em suas primeiras palestras como economista e, mais tarde, em sua escalada até a Casa Rosada.
O escândalo estoura em um momento delicado para o governo argentino: duas semanas antes das eleições provinciais em Buenos Aires e a menos de dois meses do pleito legislativo nacional. A crise ameaça enfraquecer Milei diante de um Congresso já hostil e pode desgastar o discurso anticorrupção que o ajudou a chegar ao poder.
Milei demonstra apoio a irmã e posa sorridente a seu lado em 1ª aparição pública após denúncias de propina contra ela
Derrotas no Congresso e escândalos expõem pesadelo de Milei antes de importantes eleições na Argentina
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A seguir, entenda o caso:
🔍 Quais são as acusações?
Diego Spagnuolo afirma que havia uma rede de cobrança de propinas na Andis, com exigência de até 8% sobre o faturamento das farmacêuticas para garantir contratos com o governo – o negócio renderia até US$ 800 mil mensais (cerca de R$ 4,3 milhões).
Segundo ele, Karina Milei recebia a maior fatia do faturamento, entre 3% e 4% do valor arrecadado.
Eduardo “Lule” Menem é apontado como o principal operador do esquema, com apoio de empresários ligados à distribuidora Suizo Argentina.
📅 Quando o escândalo começou?
O caso veio à tona com o vazamento dos áudios na quarta-feira passada (20), provocando uma crise inesperada no governo Milei.
A repercussão foi imediata, com a Justiça argentina abrindo investigação e realizando buscas na sede da Andis e na empresa Suizo Argentina.
Na quinta-feira (21), Diego Spagnuolo foi demitido de seu cargo.
A queixa foi apresentada por Gregorio Dalbón, um dos advogados de Cristina Kirchner, e ocorre no momento em que o Congresso acaba de anular o veto de Milei a uma lei que declarava emergência para deficientes e fornecia mais financiamento para o setor. Ele fala em uma "matriz de corrupção".
👥 Quem são os envolvidos?
Karina Milei: irmã do presidente e secretária-geral da Presidência, acusada de receber parte das propinas. Ela tem uma influência fundamental na hora de decidir quem tem acesso ao presidente e quem não tem e, com poucas exceções, sempre o acompanha em suas viagens e aparições públicas.
Eduardo “Lule” Menem: braço direito de Karina, é um dos principais agentes políticos do governo argentino. Ele é apontado como um dos principais líderes da suposta rede de corrupção.
Diego Spagnuolo: ex-chefe da Andis, autor dos áudios e agora investigado. É advogado e, até quinta-feira, era frequentador assíduo da Casa Rosada e confidente próximo de Milei.
Emmanuel e Jonathan Kovalivker: empresários da Suizo Argentina, empresa intermediária na venda de medicamentos ao Estado. Emmanuel foi encontrado com US$ 266 mil em espécie e Jonathan está foragido.
Daniel Garbellini: diretor da Andis, também afastado. Era o elo entre a agência e os irmãos Kovalivker. Spagnuolo o chama de "criminoso" em uma das gravações de áudio vazadas: "Me designaram um cara que cuida de tudo relacionado aos meus cofres".
⚖️ Como estão as investigações?
A Justiça argentina realizou pelo menos 16 buscas na sexta-feira (22).
Nessa operação, foram apreendidos celulares, máquinas de contar dinheiro e centenas de milhares de dólares em espécie: US$ 266 mil - R$ 1,5 milhão, na cotação atual.
Spagnuolo é um dos cinco réus até o momento no processo que investiga os supostos subornos, acusações de corrupção, administração fraudulenta e violações à ética pública.
O juiz federal Sebastián Casanello, que está cuidando do caso, proibiu a saída dos investigados do país como medida cautelar.
A veracidade dos áudios ainda não foi comprovada pela Justiça.
Quatro celulares apreendidos durante os mandados de busca, incluindo o de Diego Spagnuolo, ex-chefe da Andis e autor dos áudios que deram origem ao caso, estão sendo analisados pela perícia e são considerados provas-chave para confirmar ou refutar as acusações de corrupção.
🗣️ O que o governo falou?
Javier Milei ainda não se pronunciou diretamente sobre o caso. A saída de Spagnuolo foi anunciada por um porta-voz, junto com a intervenção da Andis e a promessa de uma auditoria.
Nesta segunda-feira (25), ele demonstrou apoio à irmã e posou sorridente ao seu lado em 1ª aparição pública após as denúncias, mas não falou diretamente das acusações. Criticou o Congresso e a imprensa.
O chefe de gabinete, Guillermo Francos, afirmou que o presidente está "tranquilo" e sugeriu que se trata de uma perseguição política em meio à campanha eleitoral.
Martín Menem, presidente da Câmara dos Deputados e primo de Lule, defendeu os acusados: “Ponho as mãos no fogo por Lule Menem e Karina Milei", disse, classificando os áudios como uma “monumental operação política”.
⚠️ Caso pode impactar Milei?
O caso tem potencial de impactar aliados de Milei nas eleições legislativas de outubro e na disputa para o governo da província da capital, Buenos Aires, que ocorre daqui a duas semanas.
O Parlamento estuda abrir uma CPI para investigar as denúncias contra a irmã de Milei, o que aumentaria o desgaste político (saiba mais no vídeo abaixo).
Caso Karina seja considerada culpada, o presidente argentino perde potencialmente seu braço direito e também arranha o discurso anticorrupção que o levou ao poder, avaliou a colunista do g1 Sandra Cohen.
Parlamento pode abrir CPI sobre suborno de irmã de Milei




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