“Boto na Rede repudia veementemente atos de criação de conteúdo que atentam contra a segurança coletiva.”

Na noite de ontem (14 de agosto), um influenciador digital apelidado de Enzo (também conhecido como Enzo Master) deixou uma bolsa não identificada no saguão do Aeroporto Internacional Gov. Jorge Teixeira, em Porto Velho. O objeto foi considerado suspeito, desencadeando a evacuação do terminal, intervenção de equipes especializadas do Esquadrão Antibombas e imobilização de toda a estrutura aeroportuária. Graças a esse procedimento, o objeto foi neutralizado sem maiores danos, mas os prejuízos e o susto foram reais. Durante a ação, o suspeito chegou a fazer uma selfie antes de deixar a bolsa e sair do local.

Na qualidade de veículo que preza pela responsabilidade e pelo respeito à coletividade, o Boto na Rede considera que:

• Práticas criminosas ou terroristas não se confundem com “criação de conteúdo”. Atos que colocam em risco a vida, a segurança ou que mobilizam recursos públicos não podem ser justificados como “conteúdo”.

• A responsabilidade é a base do verdadeiro trabalho de criador de conteúdo. Quando aquele que produz deixa de exercer esse cuidado essencial, o seu “conteúdo” deixa de ser apenas uma expressão criativa: torna-se um agente de risco e, portanto, um possível crime.

• Centenas de pessoas foram submetidas a risco e ao medo durante a evacuação. Funcionários, passageiros e suas famílias foram diretamente impactados — alguns, até traumatizados. Além disso, houve prejuízo para toda a operação do aeroporto.

• Toda essa intervenção teve um custo ao Estado, e, por consequência, à sociedade que contribui via impostos. É injustificável e inaceitável que recursos públicos sejam desviados para remediar um ato de “brincadeira” de mau gosto.

Portanto, o Boto na Rede declara:

1. O ato de Enzo não configura “conteúdo digital”, mas sim uma grave falta de responsabilidade, reprovável social, ética e juridicamente.

2. A criação de conteúdo deve ter como norte o respeito ao público, à segurança e às normas sociais.

3. Nos colocamos solidários às autoridades, agentes aeroportuários, colaboradores e passageiros afetados, e repudiamos qualquer defesa de atitudes semelhantes.

4. A mobilização pública via repercussão demonstra que esse tipo de atitude deve ser investigada e, se comprovada como crime, punida segundo a legislação vigente — que deve ser clara ao enquadrar condutas perigosas, mesmo quando mascaradas como “viral” ou “engraçadas”.