Nesta terça-feira (5), em coletiva de imprensa, parlamentares da oposição anunciaram uma obstrução total dos trabalhos legislativos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em resposta à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO), figura de destaque na oposição conservadora, integra o grupo que atuará diretamente na mobilização pela obstrução nas votações da Câmara.

O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), classificou a ação como uma “greve legislativa” que busca pacificar o país por meio do diálogo político e do respeito à Constituição. “Nós vamos, com a liderança da oposição, entrar em obstrução total na Câmara e no Senado. Não vamos recuar enquanto não houver caminhos para a pacificação”, afirmou.

Coronel Chrisóstomo, conhecido por sua postura firme em defesa da democracia e da harmonia entre os Poderes, entende que a prisão domiciliar de Bolsonaro representa um episódio preocupante de desequilíbrio institucional, fruto de decisões judiciais monocráticas que ameaçam a estabilidade jurídica do país.

O deputado também destaca a importância de um tratamento justo e igualitário para todos os cidadãos, apontando que a perseguição seletiva a manifestantes presos em 8 de janeiro ainda não foi esclarecida, enquanto o governo federal enfrenta críticas por sua gestão da crise econômica, que afeta diversos setores da sociedade.

Para Chrisóstomo, é fundamental que o Congresso Nacional assuma seu papel na restauração do equilíbrio institucional e na defesa da Constituição, assegurando que direitos individuais não sejam suprimidos por interesses políticos.

Durante a coletiva, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apresentou o “pacote da paz”, com medidas que incluem pedido de anistia ampla, geral e irrestrita para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, defesa do impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes, e retomada da PEC 33, que visa o fim do foro privilegiado.

O vice-presidente da Câmara, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), reafirmou a intenção de pautar a proposta de anistia, demonstrando o compromisso da oposição em avançar no diálogo e no entendimento institucional.

O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, criticou a ampliação do foro privilegiado pelo STF, reforçando que a medida prejudica o Legislativo e beneficia interesses específicos, mantendo o ex-presidente Bolsonaro sob julgamento.

Os parlamentares defendem que a PEC para o fim do foro privilegiado, já aprovada no Senado, avance na Câmara, fortalecendo a independência e a importância do Congresso Nacional.

A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes na noite de segunda-feira (4), por suposta violação de medidas cautelares relacionadas ao uso de redes sociais durante atos públicos. A decisão inclui restrições de comunicação e visitas, autorizadas apenas para advogados e pessoas com aval do STF.